domingo, 25 de outubro de 2009

Nascer


Sonhos inúmeros, trabalho árduo, objetivo pontual: me formar, correria, amizades, afetos. Vida flutante, inconstante, vazia, preenchida, substituições, nova vida, desejo de partir.

Essas são idéias, palavras, pensamentos que tem permeado este Ser há um certo tempo. Tem sido muito difícil escrever, não sei sobre o que escrever, talvez isso me mostre como estou meio perdido. Até tenho idéias, mas elas se diluem juntamente com a emoção que sinto quando penso em escrever.

Então, acho que será relevante se conseguir dizer pelo menos como tenho me sentido ultimamente e como me sinto hoje, especificamente hoje.

Hoje foi um domingo bem típico dos domingos em minha vida. Em decorrência de ter ido dormir de madrugada, acordei às 15h30 e desde esse horário não fiz porra nenhuma a não ser permanecer no computador. O que também me angustia. Estou cheio de coisas para fazer, porém sem vontade nenhuma. Ou seja, hoje eu sou um morto social, fechado nessa casa que mais parece uma prisão juntamente com uma família de mentiras. Meus pais não se falam, não se olham, não dormem na mesma cama há 3 meses. E eu? Eu to pouco me fudendo, quero que se explodam. As vezes acho que esse meu pensamento é uma mentira também, mas acho que é a maneira que tenho para me “proteger”. Minha mãe está doente e pra variar depressiva, tenho tentado não me preocupar, mas tem sido difícil.

Tenho muito pensado sobre o quanto não tenho me permitido sentir as coisas. Vivo os momentos intensamente, eu acho, mas ainda assim não sinto as coisas, os dias passam e minha postura diante das situações é apática, a não ser por risos soltos com momentos corriqueiros e muita raiva frente a algumas frustrações. Porém, não tenho me permitido sofrer. Ignoro os fatos e acredito, de maneira falseada, que tudo já passou e que vou viver uma vida nova. Mas ainda estou aqui, não muito contente com a vida nova que tenho levado, porém ainda estou buscando.

Preciso chorar, preciso soltar os demônios que estão dentro de mim, me assustando e me fazendo sentir indefeso, como um amigo mesmo havia me dito há meses atrás, preciso encarar esses fantasmas. Mas está difícil.

Tenho assistido, a um seriado que gosto muito chamado Grey’s Anatomy. É bem depressivo e somente quando o assisto choro, com as situações que se passam, porém tudo isso remete ao meu próprio sofrimento. Nestes dias falavam de Kubler-Ross e sua teoria sobre o luto. Me vi em todas as situações e fases, porém a da aceitação ainda não chegou e eu anseio por ela a cada instante. Me sinto no período depressivo, estou um tanto quanto alheio daquilo que ocorre a minha volta, no FODA-SE. E sei que isso me soa falso demais.

Além deste num outro dia, assisti o filme na Natureza Selvagem e agora começo a lembrar e achar que o FODA-SE faz mais sentido. Quero me desvincular de toda a minha vida. Quero sair de casa e irei sair no próximo ano. Quero escrever outra história, longe de “todos” que não me permitem caminhar. Por outro lado acho que estou fugindo, mas talvez essa seja uma opção, fugir.

Existem momentos que eu acho que o Luiz, que eu era até o final do ano passado morreu. Por isso, como eu digo sou um morto social. Sinto que ainda não existo de novo. Houveram e ainda existem momentos em que acredito que estou em gestação, contudo em outros momentos sinto que meu coração parou de bater ou o cérebro parou de funcionar e apenas o corpo existe, até a hora em que sinto novamente o meu coração e a cabeça funcionando. Quem disse que uma gestação é algo fácil? A minha não tem sido, sobretudo, por que não tenho mãe me nutrindo, eu mesmo preciso me nutrir, seja do mundo ou das novidades que estão a minha volta, porém nem tudo que como me faz bem. Preciso nascer, porém ainda não sei quando, muito menos onde. Mas espero que seja muito em breve.

terça-feira, 30 de junho de 2009

Orusborus - O Novo de novo

Ouroboros ou uroboros ou oroboros ou uróboro é a grande serpente universal ou serpente da eternidade ou a serpente coroada, a união do pricípio e do fim, a totalidade de tempo e espaço, o eterno imutável, a eterna transformação. É serpente que morde o próprio rabo e simboliza um ciclo de evolução encerrado em si mesmo. É o símbolo do eterno retorno e da união e complementariedade dos opostos, representando a ruptura da evolução linear.

Não há melhor imagem para expressar os pensamentos e o momento que permeiam minha simples vida. Hoje vivo um novo momento, com decisões importantes, dispondo assim de novos pensamentos, de uma nova vida, de novas experiências.

Tive muitos acontecimentos nessa minha curta vida, desde o momento em que nasci até os dias atuais em meus 25 anos. Precisei suportar momentos dificeis, muito dificeis, porém também passei por muitas felicidades, inúmeras. Tantas experiências, conseqüências de importantes decisões: decidir baquear, decidir amar, decidir viver, decidir morrer, decidir sofrer, decidir cair, decidir sobressaltar e etc. Da mesma forma hoje eu tomo novas decisões, decisões essas que não tomo com tristeza, embora sinta algumas frustrações, mas sim com alegria e felicidade em me sentir forte para seguir em frente, mesmo sabendo que poderei novamente tropeçar e cair.

Hoje eu decido me apropriar do que é meu, do que é só meu. Deixo o que é velho passar e viverei o novo a cada dia.

Hoje percebi pela primeira vez que um grande sonho se torna capaz e mais do que isso, se torna real. Pela primeira vez em minha vida, me sinto um profissional e me sinto sim um bom profissional, comprometido e vivo diante de sua prática. Pela primeira vez consigo enxergar o final da minha faculdade e ter a certeza unica de que eu vou me formar no final desse ano. Vocês que leêm isso não idéia do que isso representa pra mim. Mas acredito que compreenderão a importância.

Hoje eu decido viver, decido experimentar, decido sofrer, decido ser feliz. Mas como disse acima apropriado daquilo que é meu. Por isso, deixo para trás tudo que me prende para que eu não faça isso. Parece que o que digo é algo que decidi nesse momento, mas vejo e sinto que há muitos anos venho fazendo e evoluindo nessa opção. Anos árduos, dificeis, porém com conseqüências desafiadoramente felizes.

Assim me sinto firme para contar a todos que hoje eu me dei alta, abri mão para seguir sozinho, hoje depois de muito tempo me sinto preparada. Essa é apenas mais uma alta das que venho sofrendo há tantos anos e pelas quais tenho escolhido: faculdade, igreja, mãe, namorada e agora terapia.

Sigo feliz, feliz por me sentir feliz com a minha decisão. Talvez encare um outro processo daqui um tempo, mas hoje isso é mais do que necessário. Foi mais do que emocionante me despedir, chorei, como chorei em todas as minhas altas, mas essa foi a única que acontece e choro de emoção, pela primeira vez na minha vida. Novos desafios virão, mas sinto que preciso encará-los sozinho neste momento.

Me aproprio daquilo que é meu, pois cansei de entregar minha vida na mão de quem ela não pertence. Me aproprio da minha vida, pois somente eu posso ser Senhor das minha vontades. Sigo sozinho, desta vez, bem sozinho, mas bem feliz por decidir isso.

Hoje minhas decisões se encerram em mim mesmo, pois são apenas minhas, tais decisões.

Decido HOJE, mais do que nunca, VIVER e seguir SOZINHO.

Obrigado Mãe, Mariana e Daniela.

segunda-feira, 1 de junho de 2009

Stand By


Minha vida nesse momento está em "stand by", parada, estranha e posso dizer que sim, estou infeliz.
Meus dias estão mais preto e branco, poucas coisas fazem um real sentido pra mim. Poucos contatos, muitos encontros vazios e diversas frutrações.
Pensei que tudo isso me colocaria no chão novamente para poder começar tudo do zero, olhar a situação de perto e começar a construir novamente minha vida. Mas não dá, estou em Stand By. Além do mais, embora acredite que tenha descido para o chão, me sinto caindo, afundando para debaixo dele constantemente.
Estes dias assisti a um filme de nome "Numb" com Matthew Perry, o protagonista sofre de despersonalização em que ele relata ver a sua vida como se fosse um filme em que ele é apenas espectador, sua reação frente aos acontecimentos que vive é apática e sua sensação é de constante vazio.
Acredito que estou desse espectador, mas confesso que meus dias parecem muito sem signficado. Hoje parece que passo por uma luta constante, fui nocalteado, por diversas vezes. Tento me levantar as vezes até consigo, mas passa um tempo bate a tontura novamente e mais uma vez estou eu lá, de joelhos, praticamente beijando a lona.
Já não sei mais o que fazer, ceder ao que sinto, não dá certo (já tentei). Passar do afeto ao ódio, é insustentável depois de um período curto de tempo (já tentei). Me conformar (já tentei), parece impossível. Me acostumar ao sofrimento que sinto (isso até daria certo, se não me sentisse um idiota constante, um fracassado, descartável e mais idiota ainda por me sentir assim).
Já não sei mais o que fazer, continuarei vivendo, quase que despersonalizado, pois é dessa maneira que me sinto, fora de mim mesmo, muitas vezes me surpreendendo com os comportamentos que tenho, pois pareço alguém que não conheço de perto.

Volto e continuo a procurar o meu Ser e que este faça Sentido. Porém, hoje busco o Ser, mas não sei com qual perspectiva, se que isso ainda exista em mim.

quinta-feira, 21 de maio de 2009

Ser Adulto… Arnaldo Jabor!!!


Sempre acho que namoro, casamento, romance tem começo, meio e fim. Como tudo na vida. Detesto quando escuto aquela conversa:

- ‘Ah, terminei o namoro… ‘
- ‘Nossa, quanto tempo?’
- ‘Cinco anos… Mas não deu certo… Acabou’
- É, não deu…?
Claro que deu! Deu certo durante cinco anos, só que acabou.
E o bom da vida, é que você pode ter vários amores.
Não acredito em pessoas que se complementam. Acredito em pessoas que se somam.
Às vezes você não consegue nem dar cem por cento de você para você mesmo, como cobrar cem por cento do outro.
E não temos esta coisa completa.
Às vezes ele é fiel, mas não é bom de cama.
Às vezes ele é carinhoso, mas não é fiel.
Às vezes ele é atencioso, mas não é trabalhador.
Às vezes ela é malhada, mas não é sensível.
Tudo nós não temos.
Perceba qual o aspecto que é mais importante e invista nele.
Pele é um bicho traiçoeiro.
Quando você tem pele com alguém, pode ser o papai com mamãe mais básico que é uma delícia.
E as vezes você tem aquele sexo acrobata, mas que não te impressiona…
Acho que o beijo é importante…e se o beijo bate…se joga…senão bate…mais um Martini, por favor…e vá dar uma volta.
Se ele ou ela não te quer mais, não force a barra.
O outro tem o direito de não te querer.
Não lute, não ligue, não dê pití.
Se a pessoa tá com dúvida, problema dela, cabe a você esperar ou não.
Existe gente que precisa da ausência para querer a presença.
O ser humano não é absoluto. Ele titubeia, tem dúvidas e medos mas se a pessoa REALMENTE gostar, ela volta.
Nada de drama.
Que graça tem alguém do seu lado sob chantagem, gravidez, dinheiro, recessão de família?
O legal é alguém que está com você por você.
E vice versa.
Não fique com alguém por dó também.
Ou por medo da solidão.
Nascemos sós. Morremos sós. Nosso pensamento é nosso, não é compartilhado.
E quando você acorda, a primeira impressão é sempre sua, seu olhar, seu pensamento.
Tem gente que pula de um romance para o outro.
Que medo é este de se ver só, na sua própria companhia?
Gostar dói.
Você muitas vezes vai ter raiva, ciúmes, ódio, frustração.
Faz parte. Você namora um outro ser, um outro mundo e um outro universo.
E nem sempre as coisas saem como você quer…
A pior coisa é gente que tem medo de se envolver.
Se alguém vier com este papo, corra, afinal, você não é terapeuta.
Se não quer se envolver, namore uma planta. É mais previsível.
Na vida e no amor, não temos garantias.
E nem todo sexo bom é para namorar.
Nem toda pessoa que te convida para sair é para casar.
Nem todo beijo é para romancear.
Nem todo sexo bom é para descartar. Ou se apaixonar. Ou se culpar.
Enfim… Quem disse que ser adulto é fácil?

quarta-feira, 15 de abril de 2009

Reincidir


re.in.ci.dir
(re+incidir) vti e vint Tornar a incidir; tornar a praticar (erro, delito, falta, qualquer ato reprovável); recair. Dicionário Michaelis

Reincidir normalmente está ligado a questões de delitos ou infrações. Mas podemos dizer que está bem associado ao sistema prisional. Embora se use dessa maneira e o próprio dicionário faça referência ao crime, penso que reincidir ultrapassa essa ordem, embora preserve o contexto da palavra, sendo apenas transferido para outras situações.

Ao pensar no sistema penitenciário, o ato de reincidir está ligado ao prisioneiro que foi liberto e que nesta retomada de sua vida juntamente a sociedade, comete novamente algum delito ou crime, o que provoca a sua volta à prisão. Quando penso nisso compreendo que acontece devido a falta de recursos que essa pessoa encontra quando saí da cadeia para que sua vida tome um outro contexto que não seja ligado ao crime, porém ela retorna para essa vida nas mesmas condições em que foi presa ou mesmo em condições piores. Sendo assim, se o contexto de sua vida não se altera, como é que ele pode não reincidir?

Da mesma forma se faz a nossa neurose e a nossa compulsão a repetição. Coloco aqui o meu exemplo, a situação mais explícita que estou vivendo. Após 5 anos de namoro, depois de um término complicado, como todo término de namoro, mesmo tendo optado por esse fim, me pego a todo momento me apresentando a reincidência. Sinto uma vontade absurda de reincidir ao relacionamento, pois não consigo atribuir um contexto diferente a minha vida sem a pessoa com quem estava.

Por isso sofro, e sei que não quero mais viver este relacionamento, mas o desejo de reincidir me trai. Dessa maneira a minha vida passa a ser algo perigoso para mim mesmo, pois não há contexto distinto do anterior. Então como não reincidir?

A atribuição de situações e significados diferentes a nossa vida é algo tão difícil, que cair na armadilha do ato de reincidir se torna fácil e consequentemente traz culpa e dor. Ao menos no sistema penitenciário o ato criminoso é punido com a reclusão, enquanto nas nossas neuroses a compulsão a repetição é punida com um sofrimento interminável com a chance e o poder de escolher por reincidir cada vez mais, enquanto o sentido de nossas vidas não esteja bem orientado para que realmente queiramos algo diferente e assim modificar o contexto em que vivemos.

quinta-feira, 26 de fevereiro de 2009

MILK - A VOZ DA IGUALDADE


Caros amigos,

ainda me recuperando de todos os percalsos da vida, venho lhes falar de oportunidade que nem sempre temos no mundo cinematográfico.
Faço uma proposta. Vão ao cinema ou comprem por aí e assistam ao filme "Milk - A Voz da Igualdade". Um filme puro, simples e muito belo em que se destaca a atuação de Sean Penn.
Um filme verdadeiramente humano e que traz uma imensa indignação ao vermos uma sociedade tão atrasada naquela época, mas mais ainda por sabermos que esta é uma discrimanação que ainda se faz presente nos dias atuais.
Ontem mesmo assistindo ao noticiário, vi um padre que foi afastado de seus afaseres religiosos por defender o preservatico e a união gay. E por que não? Pois é, a igreja e a religião sempre tão retrógradas, se prestam ao cuidar da alma do homem, mas tapam os olhos para não enxergarem a realidade em que estes homens vivem.
Enfim, não sou muito bom para escrever sobre filmes e etc. Eu apenas os vejo, os sinto e gosto ou não. Por isso, vai aqui a minha recomendação: Milk - A voz da Igualdade.

quinta-feira, 19 de fevereiro de 2009

Te Deixo

  Te deixo, enfim. Queria poder resgatar muitas coisas sobre o que passamos, porém não falarei de fatos e lembranças, pois estes ficarão comigo muito bem guardados. Mas te devolvo suas coisas, seus filmes, livros e cd's. Assim te encerro em meu coração e com isso enterro aqui os meus sentimentos.
     Te deixo, pois não posso mais te amar. Eu não coube dentro de você, como você também não se encaixa mais em mim.
     Te deixo para viver uma vida nova, sem você, aprendendo a cada dia sozinho, sozinho não, apenas sem você. Irei viajar, conhecerei pessoas, assistirei fimes, irei a belos lugares, viverei e verei coisas muito bonitas em minha vida e tudo isso não poderei mais dividir com você, nem mesmo meus sonhos, minhas tristezas e angústias. E tudo isso sozinho, sozinho não, apenas sem você.
     Te deixo para aprender viver sem você e aprender a viver mais comigo. Fico e estou intensamente triste por isso tudo, mas há de ser assim. Viver sem você hoje é meu maior sacrifício, meu maior desafio, mas assim como tantos outros desafios, eu irei vencê-lo sozinho, sozinho não, apenas sem você. 
Você será apenas uma lembrança boa que ficará em mim e pela última vez eu te digo através da escrita que aqui está: Eu Te Amo.
Não mais com reticências, apenas com um ponto final. 

quinta-feira, 12 de fevereiro de 2009

Frankl e Fromm



Caros amigos,

demorei muito para escrever novamente, pois pra variar um pouco, tive dificuldades em pensar em algo valorozo e significativo. Enfim, resolvi na realidade lhes apresentar Érich Fromm e Viktor Frankl, sendo estes dois grandes amigos que tenho encontrado para auxiliarem no seguimento de minha vida.


Futuramente, tentarei trazer pensamentos significantes de ambos para mim. Por enquanto, ressalto aqui uma obra de cada um destes companheiros que me ensinaram e ensinam sobre a vida e o amor.
Em Busca de Sentido: um psicólogo no campo de concentração. Frankl, Viktor.
A Arte de Amar. Fromm, Erich.



Viktor Emil Frankl (Psiquiatra e Terapeuta Existencialista)
* 26/03/1905 Viena
+ 02/09/1997 Viena


Este texto foi redigido por ocasião do falecimento de Viktor Frankl, ocorrido em Viena, em 2 de setembro de 1997, aos 92 anos de idade. Era doutor Honoris Causa de 29 universidades da Europa, América e África, entre as quais a Universidade de Brasília – UnB (1988) e da Pontifícia Universidade Católica do Rio Grande do Sul – PUC-RS (1984).



Faleceu em setembro passado o prestigioso psiquiatra Viktor Emil Frankl. Era catedrático de Neurologia e Psiquiatria na Universidade de Viena, e professor de Logoterapia na Universidade Internacional de San Diego (Califórnia). Ocupou diversas cátedras nas universidades de Harvard, Stanford, Dallas e Pittsburgh. Autor de 27 obras, traduzidas para 23 idiomas, entre as quais O homem em busca de sentido, A presença ignorada de Deus e A Psicoterapia ao alcance de todos. Foi o fundador da Logoterapia ou, como diversos autores a denominam, da "terceira escola vienense de Psicoterapia", depois das de Freud (Psicanálise) e de Adler (Psicologia Individual). Se a sua memória vem agora a estas linhas é porque considero sua obra como sendo de enorme interesse, tremendamente divulgativa e de uma pedagogia difícil de encontrar em outros autores. Penso que se pode resumir o seu pensamento, contando com o perigo que há em todos os reducionismos, numa frase de Nietzsche que aparece de maneira insistente nos seus escritos: quem tem um porquê para viver, suporta quase qualquer como. Sua experiência no campo de concentração nazista de Auschwitz, descrita nas pouco mais de cem páginas do seu livro O homem em busca de sentido, bem como as reações psicológicas dos seus companheiros e sua capacidade de sobrevivência, nos mostram o sentido dessas palavras: os que tinham algo para amar profundamente, uma família, um Deus, uma esposa..., ou algo que somente eles deveriam realizar, eram os únicos que sobreviviam, pois para todos chegava um momento, difícil de superar, de esgotamento, de desespero e de abandono, e quem não contava com algo distinto de si mesmo porém dentro de si mesmo – sua transcendência – sucumbia diante da tentação do suicídio, de atirar‑se contra as cercas ou simplesmente de jogar a toalha: deixar de lutar pela própria vida, que a essa altura parecia carente de sentido. Isso é o que em resumidas contas nos queria transmitir o professor Frankl. Em face da Psicanálise de Freud, na qual impera um desejo de prazer – Sigmund Freud via no homem um ser natural, sem ter em conta o seu caráter espiritual, dirá Frankl –; perante da Psicologia individual de Adler, que centra toda a sua teoria no desejo de poder, no afã de valer, o fundador da Logoterapia interpreta o homem como um ser que em última instância e propriamente está buscando um sentido. Porque o homem está sempre orientado para algo que ele próprio não é: ou um sentido que realiza, ou outro ser humano com quem ele se encontra; o próprio fato de ser homem vai mais além dele próprio, e essa transcendência constitui a essência da existência humana. Essas palavras suas, incluídas numa conferência que pronunciou no XIV Congresso Internacional de Filosofia, em Viena (1968), nos trazem de volta o homem como ser transcendente, espiritual, no qual o encontro (o amor) e a realização (o cumprimento da própria missão) supõem a satisfação de um desejo de sentido existencial. Daí toma o seu sentido a frase de Karl Jaspers, que diz que o homem só se torna homem quando se dá aos outros. Para Frankl a crise moderna deriva precisamente de um vazio existencial, que se manifesta através do conformismo (o homem só busca ou quer o que os outros fazem) ou do totalitarismo (só faz o que os outros querem), provocando uma atitude provisória diante da existência. Mas não é somente nas situações extraordinárias que o homem deve transcender a si próprio: se assim fosse, tampouco nessas situações seria capaz de o fazer. É no dia‑a‑dia que o homem há de ter a clara consciência da sua missão pessoal. Encontrar (mais do que dar) um sentido para a sua vida, através da sua consciência, numa tarefa, num objetivo. A necessidade de saber que existimos para algo – ou para alguém – provoca a conseguinte atividade. Esse desejo de sentido pleno, abrangente, nos fortalece, servindo até mesmo de freio para a nossa desaparição existencial. Está demonstrado que as pessoas que se aposentam e depois não têm uma atividade substitutiva com valor psíquico igual ao da sua profissão, costumam adoecer cedo ou tarde. Até os animais têm mecanismos psíquicos parecidos, pois aqueles que "trabalham" nos circos, tendo portanto uma "tarefa" a fazer, vivem mais do que os animais que permanecem inativos. A maturidade humana vem naturalmente quando seguimos a nossa consciência, que nos manda organizar o nosso futuro, e intervir sempre que seja possível; mas que também exige de nós a disposição para carregar, quando chegar a hora, o peso do nosso destino, e dar ao sofrimento uma orientação verdadeira. Penso que Viktor E. Frankl, como tantos outros homens, encontrou e seguiu o sentido da sua vida, deixando‑nos um horizonte aberto para podermos percorrer o nosso próprio caminho. Nossa tarefa agora será a de nos apropriarmos dessa sua maturidade.



Erich Fromm(Psicanalista e escritor alemão)
* 23/03/1900, Frankfurt
+ 18/03/1980, Muralto (Suíça)

Influenciado por Freud e Marx, Erich Pinchas Fromm é considerado um dos principais expoentes do movimento psicanalista do século 20. Dono de uma carreira controversa e polêmica, Fromm estudou principalmente a influência da sociedade e da cultura no indivíduo. Entre os seus muitos livros, destacam-se "O Medo e a Liberdade" e "A Arte de Amar". Para o psicanalista, a personalidade de uma pessoa era resultado de fatores culturais e biológicos, o que contrastava com a teoria de Freud, que privilegiava, principalmente, os aspectos inconscientes do psiquismo. Descendente de uma família de judeus (seu pai, Naftali Fromm, era comerciante de vinhos, e sua mãe, Rosa, dona de casa), Erich Fromm tinha apenas 14 anos e ainda morava na Alemanha quando explodiu a 1ª Guerra Mundial (1914/18). Anos mais tarde, em artigos e em entrevistas, disse que havia ficado impressionado com a conduta humana, sendo incapaz de compreender um ato tão irracional como a guerra. Após cursar filosofia na Universidade de Heidelberg, foi fazer especialização em psicanálise na Universidade de Munique e no Instituto Psicanalítico de Berlim, fundado por Freud. No começo da década de 30, apresenta os seus primeiros trabalhos científicos. Em 1933, pela primeira vez, visita os Estados Unidos, país que, mais tarde, passaria a morar e ganharia a cidadania, com a naturalização. Com a subida de Hitler ao poder, Fromm se estabelece definitivamente nos Estados Unidos e passa a dar aulas nas universidades de Yale, Nova Iorque, Colúmbia e Michigan. Em 1941, já famoso, publica "O Medo e a Liberdade", livro que faz uma interpretação sócio-psicanalítica do movimento nazista. O sucesso da publicação foi imediato e o livro foi traduzido para muitos idiomas. De acordo com especialistas na obra de Erich Fromm, após a publicação de "O Medo e a Liberdade", acontece uma ruptura entre os pensamentos do psicanalista alemão e de Freud. Em 1949, trabalha como professor no México e publica artigos em jornais e revistas de diversos países. Com as publicações de "A sociedade sã" e "A Arte de Amar", o seu prestígio cresce ainda mais, e Erich Fromm recebe convites para fazer palestras e participar de lançamentos em todo o mundo. Doutor em filosofia, Fromm estabeleceu um relacionamento entre o marxismo e a psicanálise. Nos últimos anos de sua vida, começou a estudar a agressão. Outras obras importantes deixadas por Fromm são "A missão de Sigmund Freud", "O homem por si mesmo", "Budismo zen e psicanálise" e "A anatomia da destruição humana".

segunda-feira, 12 de janeiro de 2009

Meus Desejos



Quase todas as vezes em que pedi para que me tirassem tarô a carta da Torre aparecia com grande significado para mim, pensando sempre nas construções e transformações em que minha vida estava envolvida e essa carta sempre me dizia que isso seria difícil. Acredito tanto nisso que continuo sofrendo e tentando construir algo. Já a carta do louco, poucas vezes apareceu, mas sinto o grande significado que essa carta têm e como isso tem a ver com o meu momento. Nessa carta ele está prestes a pular do precipício, e eu acho que estou nesse momento. O meu desejo de morrer talvez seja mais simbólico do real, talvez eu queira morrer e daí então, nascer de novo. Talvez precise arriscar e pular do penhasco, abrindo mão de tudo ou de quase tudo, me jogar de verdade. Então eu poderei descobrir o que no fundo desse buraco que chamo aqui de “EU”.



Queridos, sei que demoro muito para escrever no meu próprio blog, mas como havia dito logo no início esse blog para mim é um grande desafio. Um desafio que tenho esperanças de vencer.
È uma coisa muito difícil me expressar e me abrir, as vezes penso em colocar algo nada a ver como o meu amigo Tôca em seu blog, mas as vezes eu não acho nada engraçado e não consigo em pensar em nada a ver com isso.
Na realidade acho que estou em um momento “stand by” e que o blog expressa bastante isso. Acho que estou pensando sobre a vida, ... ou não, as vezes acho só estou vivendo, mas ainda assim, tento encontrar um significado pra isso tudo e as coisas ainda continuam muito obscuras pra mim.
Bem, há umas duas semanas ao me deitar decidi colocar no papel desejos e coisas que eu queria, pois me deu uma vontade imensa de escrever sobre isso. Acho que são os meus desejos verdadeiros e acho que não só para 2009, mas coisas que pretendo realizar o mais rápido possível. A minha questão, apenas, é o quanto conseguirei “brigar” por eles.

DESEJOS

Playstation 2 (e jogos super bacanas).
Notebook.
Me formar em Psicologia (talvez sirva pra alguma coisa).
Ser menos merda.
Ser uma pessoa mais feliz.
Não ficar tão triste.
Ser um pouco ou muito mais louco.
Respeitar minhas vontades e meus desejos.
Sonhar mais (E lembrar de meus sonhos).
Ter uma bola quadrada.
Criar Asas.
Voar como o Super-Homem ou como o Homem Codorna.
Viajar para lugares desconhecidos, seja a pé, de barco, avião, ônibus, circular, nave espacial, disco voador, skate, patinete, patins, asas-delta, banana-bolt, lancha, Ski, no tapete voador, etc. ou com minhas próprias asas.
Pular de pára-quedas.
Ter meus amigos por perto.
Sair de casa.
Subir em uma árvore e chupar um manga em cima dela.
Fazer longas caminhadas. (Quem sabe assim encontro os meus caminhos).
Nadar. (Talvez consiga mergulhar no mundo de Glub-Glub e nos meus devaneios e loucuras, lembrando que posso nadar para que eu não me afogue em meus pensamentos).
Pensar mais sobre viver e morrer. (Sem que precise pensar sempre me matar).
Para finalizar não quero apenas desejar viver, mas além disso, encontrar motivos para não pensar em morrer.