quinta-feira, 26 de fevereiro de 2009

MILK - A VOZ DA IGUALDADE


Caros amigos,

ainda me recuperando de todos os percalsos da vida, venho lhes falar de oportunidade que nem sempre temos no mundo cinematográfico.
Faço uma proposta. Vão ao cinema ou comprem por aí e assistam ao filme "Milk - A Voz da Igualdade". Um filme puro, simples e muito belo em que se destaca a atuação de Sean Penn.
Um filme verdadeiramente humano e que traz uma imensa indignação ao vermos uma sociedade tão atrasada naquela época, mas mais ainda por sabermos que esta é uma discrimanação que ainda se faz presente nos dias atuais.
Ontem mesmo assistindo ao noticiário, vi um padre que foi afastado de seus afaseres religiosos por defender o preservatico e a união gay. E por que não? Pois é, a igreja e a religião sempre tão retrógradas, se prestam ao cuidar da alma do homem, mas tapam os olhos para não enxergarem a realidade em que estes homens vivem.
Enfim, não sou muito bom para escrever sobre filmes e etc. Eu apenas os vejo, os sinto e gosto ou não. Por isso, vai aqui a minha recomendação: Milk - A voz da Igualdade.

quinta-feira, 19 de fevereiro de 2009

Te Deixo

  Te deixo, enfim. Queria poder resgatar muitas coisas sobre o que passamos, porém não falarei de fatos e lembranças, pois estes ficarão comigo muito bem guardados. Mas te devolvo suas coisas, seus filmes, livros e cd's. Assim te encerro em meu coração e com isso enterro aqui os meus sentimentos.
     Te deixo, pois não posso mais te amar. Eu não coube dentro de você, como você também não se encaixa mais em mim.
     Te deixo para viver uma vida nova, sem você, aprendendo a cada dia sozinho, sozinho não, apenas sem você. Irei viajar, conhecerei pessoas, assistirei fimes, irei a belos lugares, viverei e verei coisas muito bonitas em minha vida e tudo isso não poderei mais dividir com você, nem mesmo meus sonhos, minhas tristezas e angústias. E tudo isso sozinho, sozinho não, apenas sem você.
     Te deixo para aprender viver sem você e aprender a viver mais comigo. Fico e estou intensamente triste por isso tudo, mas há de ser assim. Viver sem você hoje é meu maior sacrifício, meu maior desafio, mas assim como tantos outros desafios, eu irei vencê-lo sozinho, sozinho não, apenas sem você. 
Você será apenas uma lembrança boa que ficará em mim e pela última vez eu te digo através da escrita que aqui está: Eu Te Amo.
Não mais com reticências, apenas com um ponto final. 

quinta-feira, 12 de fevereiro de 2009

Frankl e Fromm



Caros amigos,

demorei muito para escrever novamente, pois pra variar um pouco, tive dificuldades em pensar em algo valorozo e significativo. Enfim, resolvi na realidade lhes apresentar Érich Fromm e Viktor Frankl, sendo estes dois grandes amigos que tenho encontrado para auxiliarem no seguimento de minha vida.


Futuramente, tentarei trazer pensamentos significantes de ambos para mim. Por enquanto, ressalto aqui uma obra de cada um destes companheiros que me ensinaram e ensinam sobre a vida e o amor.
Em Busca de Sentido: um psicólogo no campo de concentração. Frankl, Viktor.
A Arte de Amar. Fromm, Erich.



Viktor Emil Frankl (Psiquiatra e Terapeuta Existencialista)
* 26/03/1905 Viena
+ 02/09/1997 Viena


Este texto foi redigido por ocasião do falecimento de Viktor Frankl, ocorrido em Viena, em 2 de setembro de 1997, aos 92 anos de idade. Era doutor Honoris Causa de 29 universidades da Europa, América e África, entre as quais a Universidade de Brasília – UnB (1988) e da Pontifícia Universidade Católica do Rio Grande do Sul – PUC-RS (1984).



Faleceu em setembro passado o prestigioso psiquiatra Viktor Emil Frankl. Era catedrático de Neurologia e Psiquiatria na Universidade de Viena, e professor de Logoterapia na Universidade Internacional de San Diego (Califórnia). Ocupou diversas cátedras nas universidades de Harvard, Stanford, Dallas e Pittsburgh. Autor de 27 obras, traduzidas para 23 idiomas, entre as quais O homem em busca de sentido, A presença ignorada de Deus e A Psicoterapia ao alcance de todos. Foi o fundador da Logoterapia ou, como diversos autores a denominam, da "terceira escola vienense de Psicoterapia", depois das de Freud (Psicanálise) e de Adler (Psicologia Individual). Se a sua memória vem agora a estas linhas é porque considero sua obra como sendo de enorme interesse, tremendamente divulgativa e de uma pedagogia difícil de encontrar em outros autores. Penso que se pode resumir o seu pensamento, contando com o perigo que há em todos os reducionismos, numa frase de Nietzsche que aparece de maneira insistente nos seus escritos: quem tem um porquê para viver, suporta quase qualquer como. Sua experiência no campo de concentração nazista de Auschwitz, descrita nas pouco mais de cem páginas do seu livro O homem em busca de sentido, bem como as reações psicológicas dos seus companheiros e sua capacidade de sobrevivência, nos mostram o sentido dessas palavras: os que tinham algo para amar profundamente, uma família, um Deus, uma esposa..., ou algo que somente eles deveriam realizar, eram os únicos que sobreviviam, pois para todos chegava um momento, difícil de superar, de esgotamento, de desespero e de abandono, e quem não contava com algo distinto de si mesmo porém dentro de si mesmo – sua transcendência – sucumbia diante da tentação do suicídio, de atirar‑se contra as cercas ou simplesmente de jogar a toalha: deixar de lutar pela própria vida, que a essa altura parecia carente de sentido. Isso é o que em resumidas contas nos queria transmitir o professor Frankl. Em face da Psicanálise de Freud, na qual impera um desejo de prazer – Sigmund Freud via no homem um ser natural, sem ter em conta o seu caráter espiritual, dirá Frankl –; perante da Psicologia individual de Adler, que centra toda a sua teoria no desejo de poder, no afã de valer, o fundador da Logoterapia interpreta o homem como um ser que em última instância e propriamente está buscando um sentido. Porque o homem está sempre orientado para algo que ele próprio não é: ou um sentido que realiza, ou outro ser humano com quem ele se encontra; o próprio fato de ser homem vai mais além dele próprio, e essa transcendência constitui a essência da existência humana. Essas palavras suas, incluídas numa conferência que pronunciou no XIV Congresso Internacional de Filosofia, em Viena (1968), nos trazem de volta o homem como ser transcendente, espiritual, no qual o encontro (o amor) e a realização (o cumprimento da própria missão) supõem a satisfação de um desejo de sentido existencial. Daí toma o seu sentido a frase de Karl Jaspers, que diz que o homem só se torna homem quando se dá aos outros. Para Frankl a crise moderna deriva precisamente de um vazio existencial, que se manifesta através do conformismo (o homem só busca ou quer o que os outros fazem) ou do totalitarismo (só faz o que os outros querem), provocando uma atitude provisória diante da existência. Mas não é somente nas situações extraordinárias que o homem deve transcender a si próprio: se assim fosse, tampouco nessas situações seria capaz de o fazer. É no dia‑a‑dia que o homem há de ter a clara consciência da sua missão pessoal. Encontrar (mais do que dar) um sentido para a sua vida, através da sua consciência, numa tarefa, num objetivo. A necessidade de saber que existimos para algo – ou para alguém – provoca a conseguinte atividade. Esse desejo de sentido pleno, abrangente, nos fortalece, servindo até mesmo de freio para a nossa desaparição existencial. Está demonstrado que as pessoas que se aposentam e depois não têm uma atividade substitutiva com valor psíquico igual ao da sua profissão, costumam adoecer cedo ou tarde. Até os animais têm mecanismos psíquicos parecidos, pois aqueles que "trabalham" nos circos, tendo portanto uma "tarefa" a fazer, vivem mais do que os animais que permanecem inativos. A maturidade humana vem naturalmente quando seguimos a nossa consciência, que nos manda organizar o nosso futuro, e intervir sempre que seja possível; mas que também exige de nós a disposição para carregar, quando chegar a hora, o peso do nosso destino, e dar ao sofrimento uma orientação verdadeira. Penso que Viktor E. Frankl, como tantos outros homens, encontrou e seguiu o sentido da sua vida, deixando‑nos um horizonte aberto para podermos percorrer o nosso próprio caminho. Nossa tarefa agora será a de nos apropriarmos dessa sua maturidade.



Erich Fromm(Psicanalista e escritor alemão)
* 23/03/1900, Frankfurt
+ 18/03/1980, Muralto (Suíça)

Influenciado por Freud e Marx, Erich Pinchas Fromm é considerado um dos principais expoentes do movimento psicanalista do século 20. Dono de uma carreira controversa e polêmica, Fromm estudou principalmente a influência da sociedade e da cultura no indivíduo. Entre os seus muitos livros, destacam-se "O Medo e a Liberdade" e "A Arte de Amar". Para o psicanalista, a personalidade de uma pessoa era resultado de fatores culturais e biológicos, o que contrastava com a teoria de Freud, que privilegiava, principalmente, os aspectos inconscientes do psiquismo. Descendente de uma família de judeus (seu pai, Naftali Fromm, era comerciante de vinhos, e sua mãe, Rosa, dona de casa), Erich Fromm tinha apenas 14 anos e ainda morava na Alemanha quando explodiu a 1ª Guerra Mundial (1914/18). Anos mais tarde, em artigos e em entrevistas, disse que havia ficado impressionado com a conduta humana, sendo incapaz de compreender um ato tão irracional como a guerra. Após cursar filosofia na Universidade de Heidelberg, foi fazer especialização em psicanálise na Universidade de Munique e no Instituto Psicanalítico de Berlim, fundado por Freud. No começo da década de 30, apresenta os seus primeiros trabalhos científicos. Em 1933, pela primeira vez, visita os Estados Unidos, país que, mais tarde, passaria a morar e ganharia a cidadania, com a naturalização. Com a subida de Hitler ao poder, Fromm se estabelece definitivamente nos Estados Unidos e passa a dar aulas nas universidades de Yale, Nova Iorque, Colúmbia e Michigan. Em 1941, já famoso, publica "O Medo e a Liberdade", livro que faz uma interpretação sócio-psicanalítica do movimento nazista. O sucesso da publicação foi imediato e o livro foi traduzido para muitos idiomas. De acordo com especialistas na obra de Erich Fromm, após a publicação de "O Medo e a Liberdade", acontece uma ruptura entre os pensamentos do psicanalista alemão e de Freud. Em 1949, trabalha como professor no México e publica artigos em jornais e revistas de diversos países. Com as publicações de "A sociedade sã" e "A Arte de Amar", o seu prestígio cresce ainda mais, e Erich Fromm recebe convites para fazer palestras e participar de lançamentos em todo o mundo. Doutor em filosofia, Fromm estabeleceu um relacionamento entre o marxismo e a psicanálise. Nos últimos anos de sua vida, começou a estudar a agressão. Outras obras importantes deixadas por Fromm são "A missão de Sigmund Freud", "O homem por si mesmo", "Budismo zen e psicanálise" e "A anatomia da destruição humana".