segunda-feira, 1 de março de 2010

Carta à Laura

Oi Mãe, que saudades!!! Te queria aqui perto todos os dias. Você foi embora tão rápido, nos deixou carentes de seu carinho e afeto, da sua voz brigando e brincando com a gente todos os dias.
Já faz quatro meses, que você se foi. Deixando uma dor tão intensa em nós, de uma forma tão ruim, eu te vi pela última vez. Queria apagar essas coisas da minha mente, mas parece impossível. Ainda sim, lembro de você em cada instante em nossa casa. Ao lavar a louça, ao pensar na roupa sem passar, ao olhar para nossas plantas, quando vou sentir o gosto da comida. E me dá uma saudade da tua voz, junto a todas essas coisas.
Mãe, não consigo acreditar em tudo isso. Eu tento segurar, mas sinto que as coisas se acumulam dentro de mim e preciso soltar em algum momento, esse é o ponto em que me acabo e afundo, sofro tanto pela sua falta.
Queria dividir tantas coisas com você que estão acontecendo na minha vida hoje. Você teria tanto orgulho de mim. Sonhei com o dia em que eu me formaria e você estaria ao lado do Pai me assistindo e depois iríamos comemorar. Ao invés disso, apenas chorei, porque você não estava aqui pra dividir comigo este momento. Aquilo que era pra ser alegria apenas me entristeceu.
Tive um oportunidade de emprego nova, assim que me formei, com uma responsabilidade que não esperava tão logo, mas que me faz sentir um reconhecimento de um esforço intenso na minha vida. Queria que você visse.
Além disso, Mãe, hoje tenho uma pessoa nova na minha vida, alguém que me faz feliz, meu coração saltar e me faz querer cuidar mais de mim e da minha vida, sendo que iremos dividir diariamente o nosso cotidiano. Acho que você ia brigar por pensar nessas coisas tão cedo, mas eu sinto tudo intensamente e não quero mais deixar de viver minhas vontades. Estou amando, estou feliz.
Todos aqui estão bem. O Pai ta se recuperando aos poucos, sente muito sua falta, mas agora chora menos, faz algum tempo que não coloca mais o seu travesseiro na cama, também já não chora quando vamos ao supermercado, assim como eu. O João cuida da gente bem, aprimorando seus dotes culinários, mas acho que ele não quer muito pensar que você foi embora, acho que ele ia sofrer muito e o Dú continua mesmo, enrolado, mas sempre junto da gente.
Há dois dias, fui verificar sua lápide no cemitério, pensei que iria chorar, baquear forte, mas não. Vi que apenas é o seu nome, e são datas de sua chegada e sua ida deste mundo. Nada mais, mas aquela pedra não me lembra de você, pois na minha cabeça apenas te vejo viva. Até ouço sua voz certos dias. Penso em cada coisa que você falaria, conforme faço minhas coisas. Você ainda está e continuará.
Ah, a Sandra sua sobrinha e nossa prima, está grávida. Será uma menina e o Pai me disse que ela se chamará Laura, preciso conhecê-la quando ela chegar.
Mãe você é tão querida por todos, e isso pude perceber rapidamente junto a todos que estiveram conosco, assim como pude perceber que todos aqui somos. E julgo que você nos criou muito bem, pois estamos levando bem e se virando quase que tranquilamente. Estamos muito juntos.
Há muito tempo que queria escrever, mas faltou forças e coragem pra fazer isso.

TE AMO MÃEZONA

Um comentário:

Fabi disse...

...ah, que bonitinha a carta!!!...tenho certeza que ela leu e está bem com estas boas notícias!!!!...bjoss primo!!